17.08 – O Ritmo do Momento – Lulu Santos – (1983).

Um disco com identidade e sabedoria.
Lulu Santos sabia o que estava fazendo quando lançou o álbum “O Ritmo do Momento” em 1983.
Foi o primeiro passo de uma carreira de reconhecimento e sucesso que estava começando, até aquele momento ele era um simples descobridor de músicas e resenhas para as novelas da rede Globo.
O disco vendeu 12 mil cópias em um universo que ainda respirava os últimos dias do Militarismo no Brasil.
A escalada no Cassino do Chacrinha e os shows noturnos deram uma guinada na carreira de várias banda brasileiras, já que o programa tinha uma linguagem jovem e criava uma identidade própria para geração que estava ávida por consumir um produto genuinamente nacional.
Clean, um rock direto com influências pop e blues que tem faixas divertidas e fáceis de cantar e dançar.
A guitarra soa livre, simples, com belos clássicos.

A faixa de abertura “Adivinha o Quê”, “Um Certo Alguém”, parceria com Ronaldo Bastos e “Como uma Onda (Zen-Surfismo)”, composta com Nelson Motta, foram os grandes destaques.

Nesse álbum o carioca abordou romances e reflexões joviais, num pop/rock ainda orgânico e “new wave” que já destacava o espírito “praieiro” na sua voz e guitarra.

A quantia de excelentes canções no lado A, acaba ofuscando um pouco o lado B, porém sem perder seu brilho.
É um dos melhores trabalhos da discografia de Lulu, ele quase chegou nas 100 mil cópias vendidas no primeiro ano, dando o carimbo do sucesso a Lulu Santos. Impulsionado pela censura ter cortado das rádios a execução de “Adivinha O Quê”, só duas semanas após o lançamento.
A justificativa era que – palavras minhas – “os jovens tinham pensamentos pensativos”.

“O álbum resiste ao tempo, ele não soa mais datado do que o tempo que ele tem, mas audição ainda é recompensadora, sabia? Eu não tenho estranhamento (…). Eu gosto de ter feito ‘O Ritmo do Momento'”, completou.
Um ícone da música brasileira! “É melhor não resistir, e se entregar”.